sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O trânsito

Estava contando os dias para falar sobre esse assunto. Tudo o que sabia (não significa que seja verdade) é que os trens eram perigosos e que os ônibus eram como o daqueles filmes em que tem desde gente até galinhas.
Pois bem, cheguei no hotel em que passei os primeiros dias quase meia-noite e viemos de táxi. Obviamente os táxis a noite cobram mais, mas a surpresa foi que aqui na Bolívia não há taxímetros. Antes de entrar nos táxis você deve negociar com o motorista o valor que será cobrado. Mas nada que se preocupar: qualquer trajeto geralmente será mais barato que um trajeto de ônibus no Brasil. Todavia o que mais me surpreendeu é que o valor cobrado é referente ao número de pessoas que estão na viagem, ou seja, em alguns casos fica mais em conta viajar sozinho do que dividir as despesas!!!
Como a U fica distante do centro (felizmente moramos num lugar que melhor não há: somente há duas quadras do El Prado, o lugar onde fica tudo que há de bom na cidade) pegamos (há duas quadram também, hahaha!) o Z12, um bus da linha que vai até Tiquipaya, ou um taxi-trufi.
Esses últimos são o melhor: são como taxis modificados para caber 6 pessoas, mas na verdade tem preço fixo. Há diversas linhas para todos os lugares por 2 pesos (a moeda local é o boliviano, Bs, mas ninguém diz, talvez porque seja muito comprido). Aqui costumava ser como a China antes das Olimpíadas, cheio de bicicletas pelas ruas, mas com o advento do automóvel todos deixaram de pedalar.
Os buses são um caso a parte: são veículos extremamente velhos, tem pinturas bizarra e andam com lotação duplicada. Não são tão grandes como os do Brasil, só cabem 33 pessoas sentadas, mas geralmente andam neles (eu já passei por essa experiência) praticamente pendurado na porta.
Obviamente aumentou a poluição (pra se somar com a baixa umidade e minha rinite...) e causou um caos no trânsito. Só os motoristas daqui são capazes de entender a lógica que existe. Parece aquelas imagens do transito num pais do sudeste asiático.
Nunca houve fábrica de automóveis aqui. Aparentemente estão construindo uma de caminhões , apesar da relutância internacional de investir aqui por medo das privatizações e da falta de incentivo governamental. O que ocorre é que 90% dos carros que circulam são usado e de alguma marca japonesa. As vezes cruzo com algum carro brasileiro, mas são minoria. Para se ter um carro zero precisa-se ter muita grana, então quem tem carro zero (obviamente um carro japonês) tem um dos modelos mais caros, daqueles que se pouco vê até no Brasil. Então como todos os carros são velhos o pessoal não tem medo de bater, etc.
A cidade é antiga, dos tempos coloniais e muitas calles são estreitas e as calçadas também, então os engarrafamentos são frequentes. Logo pela manha já se formam filas e se ouve as buzinas. No entanto se ouve o tempo todo. É costume dos motorista buzinar para tudo: se acham que vai haver uma batida, se acham que você quer pegar o taxi, se acham que você não percebeu que vai ser atropelado, se encontram um conhecido, etc. E toda vez que buzinam eu caio na risada.

Nenhum comentário: